
Na trama, a protagonista Raquel - que mais tarde adota o codinome Bruna Surfistinha - é uma paulistana de classe média de 17 anos. Pressionada entre a incompreensão da família e a hostilidade dos colegas no colégio, ela decide fugir de seu confortável lar, com seu bichinho de pelúcia debaixo do braço, para buscar abrigo em uma casa de prostituição.
A atuação de Deborah Secco chama atenção por acompanhar cada nuance das transformações da personagem, dando profundidade a cenas que poderiam se perder na convencionalidade da direção ou na frieza das narrações em off, baseadas no livro "O doce ve
neno do escorpião", que inspirou o roteiro.
E aí parece estar o maior pecado do filme: manter-se fiel ao máximo não somente ao texto original, que intencionalmente glamouriza a história da ex-prostituta, mas também à própria Raquel Pacheco, a Surfistinha da vida real. Agradar essa musa parece ter sido a prioridade dos roteiristas, que, assim, acabaram deixando escapar a oportunidade de mergulhar mais fundo e de revelar ao público uma Bruna Surfistinha para além do já conhecido.

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